segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Consumo, lixo e injustiça ambiental

Muito tem se discutido atualmente sobre a deposição do lixo urbano. Nossa sociedade de consumo é rápida e criativa para produzir todo o tipo de lixo. Contudo, toneladas diárias de lixo causam grandes impactos no solo, nos rios, oceanos, atmosfera, etc. Querer botar a culpa em todos é uma hipocrisia. As pessoas pobres são as que menos consomem e não produtoras de produtos industrializados que estão na base dessa sociedade consumista.
Monte de lixo próximo aos dutos da REDUC
O estado do Rio de Janeiro produz, segundo "O Globo" com base em dados do INEA e da COMLURB, 12 mil toneladas de lixo por dia. Em vigor a lei federal que fala sobre os resíduos sólidos obriga estados e municípios a encontrar soluções para sua sujeira. Contudo, mais de 87% do lixo do estado não recebe tratamento adequado, indo parar em lixões oficiais e clandestinos.
Com certeza a maioria desses lixões fica localizada em áreas de população de baixa renda, causando doenças e degradando ainda mais o meia ambiente. Isso se configura em mais uma INJUSTIÇA AMBIENTAL.

Campos Elíseos, infelizmente, convive com esse problema há muito tempo. Veja as fotos tiradas por nossos colegas próximo às suas casas.


Lixo nas ruas - rotina


Entulho nas ruas, outro problema ambiental do bairro
Bruna Beatriz - turma 901/2011

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Pense nisso....

Para Pensar

Nunca se falou, leu, ouviu tanto sobre meio ambiente. É consumo ecológico, é energia limpa, é dia sem carro, é limpeza de rio.....Contudo nunca se degradou tanto o meio ambiente. Será que todos os esforços serão em vão e caminhamos para um inevitável colapso do planeta?
É preciso repensar o modelo de desenvolvimento que exclui as pessoas e degrada o meio ambiente. Não é razoável que uma parte da humanidade, pequena por sinal, mantenha um padrão de consumo que traga parte significativa da natureza em nome do lucro e do crescimento initerrupto e desenfreado.
O texto abaixo foi tirado do blog http://educomverde.blogspot.com/  e é muito interessante se utilizado como ponto de partida com nossos alunos, e com outras pessoas, para uma atividade realmente reflexiva sobre o meio ambiente. Pouco, muito pouco, adianta incentivar nossos meninos e meninas a juntar latinhas de alumínio ou garrafas pet sem uma reflexão sobre esse modelo consumista de sociedade.

A onda verde e o meu tempo

"Na fila do supermercado o caixa diz uma senhora idosa que deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não eram amigáveis ao meio ambiente. A senhora pediu desculpas e disse: “Não havia essa onda verde no meu tempo.”
O empregado respondeu: "Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com nosso meio ambiente. "
"Você está certo", responde a velha senhora, nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente.
Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.
Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.

Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.

Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?

Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plastico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar.

Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade.

Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o meio ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Usávamos navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lámina ficou sem corte.

Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou de ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.

Então, não é risível que a atual geração fale tanto em meio ambiente, mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época? 
 
PENSE NISSO!!!!
 
Prof. Marcio Douglas

Justiça Ambiental 2

Bom dia a todos,

Continuo hoje a série sobre Justiça Ambiental. Apesar da "tradição" brasileira de fortes desigualdades sociais, a temática da justiça ambiental ainda é um campo em construção entre as universidades, centros de pesquisas, movimentos sociais e Estado. A temática chegou mesmo a ser confundida com uma subdivisão especializada da justiça (uma vara de justiça específica para tratar assuntos ambientais). Algumas concepções equivocadas (que, quase sempre, são propositais) dificultam o entendimento do conceito de justiça ambiental. Um produtivismo generalizado, pelo qual o meio ambiente é colocado em oposição à sobrevivência do trabalhador, além de uma visão de que os problemas ambientais são "democráticos" e atingem de forma indistinta a todos, se constituem em dificuldades para o entendimento do conceito e para sua defesa por grande parte da sociedade. Assim, um pensamento de resignação perante os males trazidos pelo modelo atual de desenvolvimento, como se esses fossem invitáveis limita o reconhecimento de que parte da população (as classes populares) é atingida duramente pelo "efeitos colaterais" do processo de produção e de apropriação do espaço.
Nossa postagem anterior é um exemplo típico desse fato, assim como as mortes de pessoas no Morro do Bumba em Niterói, RJ ou mesmo as várias "fatalidades" ocorridas final do ano passado/início desse ano na Região Serrana do Rio de Janeiro.
Abaixo fotos da turma 801 que mostram esgoto industrial, lixo, esgoto doméstico, tudo isso misturado a produção da riqueza em Campos Elíseos.



Referências

HERCULANO, Selene. Resenhando o debate sobre justiça ambiental: produção teórica, breve acervo de casos e criação da rede brasileira de justiça ambiental. In: Revista Desenvolvimento e Meio Ambiente. N. 5, p. 143-149, jan/jun, 2002. Ed. UFPR.
LOUREIRO, C. F. B.; BARBOSA, G. L.; ZBOROWSKI, M. B. Os vários "ecologismos dos pobres" e as relações de dominação no campo ambiental. In: LOUREIRO; LAYRARGUES E CASTRO (Orgs.) Repensar a Educação Ambiental - um olhar crítico. São Paulo: Cortez, 2009. p. 81-118.
Abraço a todos,

Professor Marcio Douglas
Turma 801.

sábado, 1 de outubro de 2011

O que é justiça ambiental?

Bom dia a todos,

Iniciamos hoje uma série de postagens semanais sobre o conceito de justiça ambiental e sua aplicação nas situações de desigualdade socioambiental na Baixada Fluminense.
O conceito de justiça ambiental desenvolveu-se a partir das lutas por direitos civis da população negra dos Estados Unidos na década de 1960. As populações mais pobres (em sua maioria negra), percebeu que os resíduos tóxicos proveniente da industria, sobretudo química, estavam sendo depositados em seu território. Pois bem, essa constatação gerou uma série de protesto e culminou com a  construção de um novo campo denominado justiça ambiental, que congrega toda uma produção teórica crítica sobre a distribuição desigual dos riscos provenientes desse modelo de desenvolvimento.
No Brasil onde a desigualdade é parte inquestionável da estrutura social, agregou-se ao conceito de justiça ambiental a luta por inclusão das populações de baixa renda em suas diversas faces. ONGs, Movimentos Sociais. Universidades e Centros de Pesquisa são importantes peças na luta contra o que chamamos de "injustiça ambiental".
"Entende-se por Injustiça Ambiental o mecanismo pelo qual sociedades desiguais destinam a maior carga de danos ambientais do desenvolvimento a grupos sociais de trabalhadores, populações de baixa renda, grupos raciais discriminados, populações marginalizadas e mais vulneráveis (HERCULANO, 2002)".
Na Baixada Fluminense casos de injustiça ambiental são bastante comuns. Alunos da turma 801/2011, ilustram um desses casas nas fotos que tiraram em Campos Elísios, próximo a suas residências. Perceba como o esgoto industrial de uma das fábricas do pólo petroquímico polui os rios causando um desconforto ambiental, refletido no mal cheiro, insetos, doenças, dentre outros, aos moradores do seu entorno.

Referência:
HERCULANO, S. Resenhando o debate sobre justiça ambiental: produção teórica, breve acervo de casos e a criação da rede brasileira de justiça ambiental. In: Revista Desenvolvimento e Meio Ambiente, nº. 5, p. 143-149, jan/jun. 2002. Editora UFPR.

Prof. Marcio Douglas
Turma 801 de 2011.